terça-feira, 15 de setembro de 2009

(?)

Quase deixamos passar...
O que nos resta é o que não é
E deixar de ser o que já fomos
Viver o novo, além do provável
Além de tudo e todos
Quase do inimaginável
E toda a franqueza que existe na Terra
Amar por ser sincero, amar por estar pronto

Por cada dia
Sem desespero
Pelas flores mortas, pelo desejo
A qualquer segundo tudo passa
E é intenso o presente
Basta que se queira...
Que se ame e se deixe consumir cada pedaço do ser.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

O amor é outra coisa

O amor não é algo que te faz sair do chão e te transporta para lugares que
nunca vistes. O nome disso é avião.
O amor é outra coisa.
O amor não é uma coisa que te faz perder a respiração e a fala. O nome disso é bronquite asmática.
O amor é outra coisa.
O amor não é uma coisa que chega de repente e te transforma em refém. Isso se chama seqüestrador.
O amor é outra coisa.
O amor não é uma coisa que voa alto no céu e deixa sua marca por onde passa. Isso se chama pombo com caganeira.
O amor é outra coisa.
O amor não é uma coisa que tu podes prender ou botar pra fora de casa
quando bem entender. Isso se chama cachorro.
O amor é outra coisa.
O amor não é uma coisa que lançou uma luz sobre ti, te levou pra ver estrelas
e te trouxe de volta com algo dele dentro de ti. Isso se chama alienígena.
O amor é outra coisa.
O amor não é uma coisa que desapareceu e que, se encontrado, poderia mudar o que está diante de ti. Isso se chama controle remoto de TV.
O amor é outra coisa.
Amor é simplesmente amor

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Desabafo e crise de quase inferioridade

Vou tentar não me embriagar
Ser sóbria o mais rápido impossível
Curtir as coisas sã
Parar de morrer de inveja da cabeça de pessoas interessantes que eu não sou
Preciso parar já!
Eu sou desse jeito, não sou?
Vou me amar assim, e esperar que assim seja amada.

:)

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Opa! Melhor não...

Mas não me faça.
Não me quebre o encanto
Que te choco, te quebro, te faço de trapo
Não me cutuca, não.
Sou flor, pequena, amor... mas experimenta
Viro onça braba, leão doutor
Te viro do avesso, te mostro o pão que o cara amassou
Brinca não, sou flor.
Mas posso ser flor que não se cheira.
Posso ser flecha certeira.
Te rasgo o peito, te torno o do cavalo do bandido
Experimenta...

domingo, 23 de agosto de 2009

Morro de vergonha
Santa sabedoria... era melhor não ter experimentado antes.
Claro, para não ter medo do futuro, sabe? É que uma vez experimentada, a sensação vira conhecida sua, e o medo da sua presença pode ser ameaçador. Por que morro de vergonha? Porque devemos aprender com as experiências, mas nunca deixar de viver novas coisas por medo delas. Morro de vergonha por não confiar de todo o coração em pessoas que amo.

Uma música pra descontrair (sei que não vi tempestade no céu de hoje, ou de agosto, mesmo assim vi em algum lugar)

August day song

Tentei contar
Tentei cantar
Tentei just la la la ia

Tentei tocar
Também dançar
Assim, só para deixar

Só quero te dar
Se te falar
Se te just la la la ia

Só quero estar
Com seu cantar
Com seu just la la la ia

Just like this rainstorm
This August day song
I dream of places far beyond

Ouvindo a chuva cair
No cinza um brilho aqui
Fico sózinha, distraída
Mesmo tom
Mesmo som
Como é bom, tão bom

Just like this rainstorm
This August day song
I dream of places far beyond

Ouvindo a chuva cair
No pé um pingo aqui
Fico sózinha, tão distraída

Não vou chorar
Quando lembrar
Do seu eterno olhar

I like to sing
And do these things
With you just prá variar

I hear your voice
I sing for choice
With you just la la la ia

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Meu Jardim / Flores do Mal

Fui regar minhas plantas
Algo nelas fez lembrar meu semblante
Seria a falta de vida?
Ou seriam suas folhas secas estiradas no chão?

Alguém passou por mim e disse:
- És responsável por tudo aquilo que cativas

Não cuidei das minhas plantas, deixei que morressem
Não fui responsável.
Não as amei como deveria.

Outras plantas podem nascer no meu jardim?

-


Eu sei que tantas flores
Nascem nos jardins
A cada instante as flores
Nascem em meu jardim
Não quero que você me esqueça, não
Eu sempre mando um sinal
Me chama antes que escureça ah!
Eu sempre chego no final
Raras paixões, armadilhas de vênus
E a vida ainda está aqui
Eu leio ezra pound, como bebo veneno
E a vida continua aqui
Eu sei que nuvens negras
Vêm detrás dos montes
Tentando te esconder de mim
Te vejo nas estrelas no clarão das noites
E eu quero tudo até o fim

Flores do Mal - Diana Pequeno

sábado, 1 de agosto de 2009

Sem nome

Me toma nos braços
Toma conta de mim
Amarra teu cadarsso no meu
Conta a tua história
Que eu te conto meu destino
Ao teu lado
Toma mais uma
Pede a conta e vamo embora
Me sequestra pra tua vida
Mesmo de mentira
Mesmo que não seja agora
Vem, me deixa ler teus olhos
Me deixa ver se posso
Se me permites ser
Posso ser
Quero ser
E sou

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Meio rotina, meio loucura

Pensei em me anular
Em fazer a vida mudar de lugar
Mudar de casa
Escrever em paredes novas
Pensei em desistir
Ser mais um ser no mundo velho
Vi o rebuliço do povo
Pensei em ficar pinéu
Dormir de touca
Bancar a Branca
Correr em esteira de academia
Dançar a a Ula na rua
Cheirar talco de pé
Vender o corpo dos outros
Virar gambé
Pensei em ser feliz...
Acordei rouca
Vestindo pouca roupa
Calcei as meias e fui trabalhar.

Poema cansado, cuspido

Em poucos segundos
Saindo em direções opostas
Por quase nada nos perdemos
Entre coisas, palavras, desavenças
Me aproprio de tudo o que posso
Descrevo em detalhes, negócios
Acabo com tudo, quebro, destruo
Só pra ser maior
Pra ser maduro.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Ainda não

Sem nome
Rumo
Telefone
Argumento
Tu somes, engole o mundo
Consome tudo, zomba
Pinta na cara que é só
Muro, mar, nude, copo
Abraça os nós
Todos nós
Nos dedos
E continua só
Só esqueleto
Amargo e desespero
Bem feito
Aqui, espero,
Morre agora todo o meu desejo.

(mentira)
O cio, ócio

Meus castanhos nos teus negros
Teus dedos no meu beijo
Meus cilios nos teus arquejos
Teus calos no meu tecido
Tuas papilas gustativas nos meus mamilos
Minha voz rouca no teu cheiro do corpo

Entrelaçados num só
Variadas intenções no nó.
Calafrios queimando em brasa
Movimentos lânguidos, cheios de graça
Meio asco, o gozo
Dente-saliva-quente-lingua-afiada
A carne nua, crua, tua, santa, oca

Morre tudo num suspiro sonoro
No escuro. Madrugando
Ainda sentindo gosto
Do ato ocioso
Libidinoso.
Breve

Começamos num momento nada simples, breve
Avançamos então para o seguinte, never.
E um dia o tempo muda, chove, faz sol.
As coisas são e deixam de ser.
Pra uns em vão, pra outros, nascer.
Pra um, amor; pro outro, prazer.

E então, componho versos?
Pra exaltar, enaltecer?
Prometo esquecer tudo nas páginas seguintes.
Guardo comigo apenas
o nosso momento,
nada simples.
O nosso momento de prazer.

domingo, 5 de julho de 2009

Há vontade onde há poesia
Não há certeza, está no espaço
Apenas sinta.
É música!
É magnético,
e sensorial.
Corre o risco de virar um hino de levante!
Que nada, a repressão é tão grande.
Mas enquanto anoitece em certas regiões,
aqui faz calor e muito mormaço.
E o relógio caminha, como a humanidade.
E vamos todos juntos, caminhando por um lugar ao sol.
Que nesse caso é uma cadeira.
Misture tudo isso...
É uma questão de acaso.
Encontros, vertigens, visagens.
E o que fazer?
É uma questão de, sabe lá, princípios?
Mais detalhes.
Detalhes sórdidos de um bocado de vozes.
Gritando e gemendo um bocado de vezes.
Amando em tortuosas linhas.
Ah, surrealismo.
Era tão simples quando não passava de verbo.
Ou do fio da memória?
Verbo não era, de fato.
Mas agora, fato consumado...
consumindo o que ainda me resta?
Nos meus poucos quase vinte.
Eu quis de verdade.
E quis.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

É bom sim.
Você fará parte dele?
Ele é meu, mas posso dividi-lo.
É raso e fundo. É profundo e superfície.
É cheio de cores, de balançar de folhas, de ventos e sóis, todos os dias,
cheio de chuvas e de frios (nos quais nos aqueceremos).
É pequeno e infinito, vai ficando mais bonito toda vez que você aparece.
Queria te mostrar tudo isso, queria te mostrar o meu redor, o meu mundo.
Ele é maravilhoso, mas com você ficaria completo.

-

Assim se fez o raiar do sol. Te vi sorrindo, abriu o tempo.
Num descuido da minha falta de sorte, abriu uma brecha
... e você apareceu.
Será que é verdade? Ah, quem me dera fosse.
Um ser assim que trouxe paz, me fez querer amar como jamais se pudesse ter amado.
Quem sabe?
Quando me pareceu que tudo estava se perdendo, te vi passar.
Olha, que maravilha! Surpresas da vida!
Te li nas entrelinhas, me parece encantador.
Ah, quem sabe? Sei apenas que um dia eu hei de te conquistar.
Já que ja estou quase que conquistada. Ou totalmente?