quinta-feira, 18 de abril de 2013

Morte ao entardecer


Encontro com ela.
Num último instante.
Faltando suspiros, batidas marcantes
Ouve-se o mar nas pedras distantes
Para todos os efeitos, aguardo.

Ela chega no alto da torre
Onde minha alcova me espera
Onde preparo o adeus
Com  olhos cobertos
As mãos me protegem de vê-la.

Ao pôr-do-sol, à espreita
Ela controla meu ser
Leva-me embora
Janela a fora
Voamos juntos num delírio,
num sonho, num desespero,
num prazer.

É o destino, é a morte
São irmãos de nascer
De morrer são cúmplices
Agora esvazia
O último gole, último vislumbre de vida
Sob as janelas dos olhos a luz se apaga
A alma congela
A vida se esvai.
E agora?
Paralela em outro mundo.